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segunda-feira, 21 de março de 2016

<<...Só.Mente.∞.vem.Ser... >>





Sou mesmo esse arquétipo de um paradoxo inefável...
Sou coincidências, mil interpretações, sou infinitos personagens,
sempre a mesma essência ingênua porém observadora.

Sou todo coração, nessa arritmia cardíaca que pulsa compassada em paixão.
Sou essa pele atenta, de sensibilidade intrínseca e descontrolada...
Desejo uma tal liberdade com afinco, ainda que ciente de já ser livre.
Tenho esse impulso instintivo de sonhar bem lá do alto, enxergar longe, espírito de fragata, meu vôo é fragar o imaginário que vento.
Minhas asas só se abrem à favor do invento...

Mas a queda no concreto da realidade é dolorasamente dramática e traumática, o que me exige e estimula o ímpeto por aprender constante e dinamicamente.
Rego meus cadernos com tempestades palavrais que transpiram osmoticaMente,
como se cuidasse de um jardim amazônico, e suas regenerações cotidianas por natureza...

As cicatrizes vão naturalmente sendo encobertas pela vegetação faminta.
De versos inúteis, poesias daninhas, fotossínteses sublimando, metafóricas, eufóricas, me escapando...
Cada poema é um pequeno suicídio diário, um 'eu-casulo' que abandono
em velhas palavras que vão descascando letras ressecadas pelo sal das lágrimas que já secaram, evaporadas pelo tempo...

Porém, LIVRES, elas podem ventar suas sementes, pousar em novos jardins ou desertos, podendo fertilizar, aleatoriamente, quaisquer terreno que as receba com luz e água doce, corrente, incoerente, recente... Bastam fluir... Ruir ou ir...

Entusiasmo é a paixão que contamina tudo o que desejo, e o alcance está na simplicidade, na aceitação do agora...
E muito embora, eu sofra no conflito dos tantos diferentes “eus” e seus inúmeros sonhos, específicos e independentes,
Me aflinjo na claustrofobia que me aflora, ter um só corpo-tempo pra tantos e tantos fins, afins, encantos e seus portantos...

E como todos ao meu redor, estou fadado à incerteza do fluxo ininterrupto, labirintos e seus becos escondidos...
Um tal fragmentar-se cosmopolita, de sentidos múltiplos e indefinidos, imbutidos, varridos, corrompidos; comprimidos:

mas não engulo, só, me desvinculo.
Bombardeado por tanta informação que só quer me vender ou me comprar,
regurgito todo lixo cinzento dessa sociedade consumista, fria e doída de pressa, loucura que não cessa...

Sou só um cristal de sal, que se derrete e se desmancha na cachoeira do tempo.
Uma avalanche calorosa e incontrolável, sou comprometido, mas irresponsável.
Sou dedicado, sim, mas sem fazer idéia do meu propósito maior e necessário. De tanto óbvio, tendo ser justamente o contrário...

Crise existencial, metamorfose acidental, sou geralmente muito lúdico e onírico, de raciocínio ligeiro e ilógico, minha equação é o coração, sem fórmula, cálculo, código ou fração.

E acima de tudo, sei que sou muito mais do que poderei um dia saber. Me é impossível apreender, só o inconsciente tem sabedoria pra compreender...
E assim sou esse bando de pássaros voando na direção do que me é mais amável... E nem sempre palpável...

Não posso saber o que sou porque só entendo de estar, e sou demais instável pra manter, firmes, raízes em certezas...

Minhas verdades são mutáveis, são a dança dos ventos que percorrem invisíveis, remexendo florestas, nuvens e oceanos; sou sol na madrugada...

Ciente e conformado com a incapacidade de enxergar a totalidade, que sem partituras vai sendo, sempre muito bem orquestrada...

uFGg